sábado, 20 de dezembro de 2008

A Vale Não Vale Nada!

Em uma surpreendente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no dia 14/12/2008, o presidente da Vale, Roger Agnelli, defendeu a “flexibilização temporária” de direitos trabalhistas e revelou que conversa sobre o assunto com o presidente Lula.

A Vale foi mais uma das empresas atingidas pela crise econômica mundial. A diminuição das exportações de minério de ferro para a China – maior consumidor do mundo – fez com que a empresa anunciasse recentemente uma redução de sua produção em 30 milhões de toneladas de minério, o equivalente a 10% do total produzido. Junto a isso, a empresa anunciou que pretende demitir 1.300 funcionários e deu férias coletivas para 5,5 mil trabalhadores.

Mas, na entrevista, o presidente da Vale deixou claro que as férias coletivas não bastam. É preciso demitir para assegurar os lucros dos acionistas. “A gente coloca uma outra turma em férias coletivas. Depois outra. A gente pode levar isso por um certo tempo, mas tem limite. O que faremos quando todo mundo já tiver tirado férias? (...) Se houver problemas para os quais a gente não tenha solução, vamos ter de demitir. Olha, estamos vivendo uma situação de exceção. Para lidar com ela, precisamos tomar medidas de exceção.”

Questionado sobre quais seriam as “medidas de exceção”, Agnelli foi taxativo: “Eu tenho conversado com o presidente Lula no sentido de flexibilizar um pouco as leis trabalhistas. Seria algo temporário, para ajudar a ganhar tempo enquanto essa fase difícil não passa”. Ele ainda completou: “O governo e os sindicatos precisam se convencer da necessidade de flexibilizar um pouco as leis trabalhistas: suspensão de contrato de trabalho, redução da jornada com redução de salário, coisas assim, em caráter temporário” .

São de enorme gravidade as declarações do presidente da Vale. Se adotadas, a medida não significaria apenas um golpe contra os direitos dos trabalhadores da Vale, o que já seria muito grave. Estaria aberta uma via para que outros patrões adotassem medidas semelhantes e atacassem os direitos dos trabalhadores de qualquer empresa.

Pois aí vai uma resposta para o "senhor" refletir...

Foram estas mesmas leis nossas (que o senhor agora zomba) que evitaram que fossemos engolidos pela crise como aconteceu nos Estados Unidos. O nível de regulamentação que as leis trabalhistas aplicam ao trabalho e ao sistema financeiro evitaram que os grandes empresários e banqueiros criassem sistemas tão lucrativos porém tão frágeis como folhas de papel crepom.

São estas leis que possibilitaram nosso crescimento como país e potencia regional que é hoje, durante os últimos dez anos, de forma independente e com aspectos de dar inveja até aos países mais desenvolvidos, a exemplo de nosso sistema de eleições 100% eletrônica.

Então não nos venha falar em suspensão temporária de direitos só porque sua equipe não tem capacidade para planejar seus gastos descontrolados. Numa empresa de porte internacional como a Vale, onde analistas não sabem fazer seu próprio trabalho e lançam a responsabilidade de seus possíveis erros para cima dos estagiários, (e essa prática depois de anos ainda dá certo!), significa que não há controle algum! Numa empresa responsável os superiores são incondicionalmente responsáveis pelos atos e serviços prestados pelos funcionários de seu setor, e dever saber tudo o que eles sabem sobre conceitos, normas e processos...

Acorda Agnelli, o AI-5 já passou!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Farewell My Brother!

Querido irmão,

Agora são dois meses sem você. Sentimos muito a sua falta.

Você e eu sempre fomos bastante agnósticos, sempre bastante resistentes às armadilhas da mão direita religiosa e da mão esquerda espiritual. Mas depois de dois meses sem você, veio àquela comichão me perguntando: e se eu estiver errado? Bem. Se eu estiver errado, é melhor me comunicar e dizer como me sinto enquanto posso. Se eu estiver certo, não vou estar ganhando muita coisa estando certo não é mesmo?

Quando você saiu de casa, senti falta dos momentos em que saíamos de carro de madrugada pela cidade inteira, conversando sobre muitas coisas - você dizendo que queria dirigir como eu (que insanidade). Sinto falta dos momentos de diversão na LAN quando jogávamos counter-strike, warcraft e magic; de nossas viagens para Barcarena; e de quando conseguíamos reunir os amigos na piscina de casa - lembra do seu aniversário de vinte e três anos? Foi muito bom! Todos vieram. Nós vivemos muitas coisas juntos. Aprendemos muito um com o outro. Coisas que passamos adiante a cada um que conhecemos e isso não têm preço e não tem fim!

Sinto falta de todos os momentos que você viveu - coisas que viu, ouviu e sentiu quando estava só sem ninguém para compartilhar, e que agora se perderam como lágrimas de chuva. E isso era algo que eu não queria para mim... Mas quem como descrever em palavras, e apenas em palavras, tudo o que acontece diante de nossos olhos... Então meu destino é o mesmo, em algum momento do tempo-espaço-matéria o qual ainda nem estou acostumado. Pois só você sabia que nossa multi-distância se relacionava com minha dificuldade em lidar com essa realidade na qual fui literalmente jogado. Na qual nós dois fomos jogamos.

Sua filha sonha com você todos os dias, e tem convicção de que você está feliz onde está e de que deveríamos estar felizes também. Se os espíritas estiverem certos em suas crenças, então neste momento você deverá ter acordado, e poderá estar angustiado. Mas se for o caso, sabe aquela última noite em que nos falamos, não foi nem será, a última vez que nos vimos. Antes de você partir, o tempo estava andando depressa demais. Mas agora está quase parado. Até me surpreendo de já ter chegado dezembro. Se as coisas podem ser assim, o que mais pode mudar, ou pode ser mudado? Esteja onde estiver, ou como estiver, saiba que todos nós que ficamos e que te amamos, independente do que acreditamos, estamos te dando força para ficar bem, e nos dando força entre si, para que você não precise se preocupar. Agora você está descansando em paz, sem o peso das imperfeições humanas. Como eu senti desde o primeiro momento, você está livre finalmente. Não da maneira como queria. Mas está mais livre do que nunca poderia estar.

Agora são dois meses sem você. Sentimos muito a sua falta.

Farewell my Brother! I love You!

So lately, been wondering
Who will be there to take my place
When I'm gone you'll need love to light the shadows on your face
If a great wave shall fall and fall upon us all
Then between the sand and stone, could you make it on your own

If I could, then I would
I"ll go wherever you will go
Way up high or down low, I'll go wherever you will go

And maybe, I'll find out
A way to make it back someday
To watch you, to guide you, through the darkest of your days
If a great wave shall fall, and fall upon us all
Then I hope there's someone out there
Who can bring me back to you

If I could, then I would
I'll go wherever you will go
Way up high or down low
I'll go wherever you will go

Run away with my heart
Run away with my hope
Run away with my love

I know now, just quite how
My life and love might still go on
In your heart and your mind,I'll stay with you for all of time

If I could, then I would
I'll go wherever you will go
Way up high or down low
I'll go wherever you will go

If I could turn back time
I'll go wherever you will go
If I could make you mine
I'll go wherever you will go

// Wherever You Will Go - The Calling


sábado, 13 de dezembro de 2008

Estrela Cadente

Neste sábado à noite eu estava no hospital com minha namorada. Ela estava com muita dor e ficamos lá até de madrugada. Quando voltamos pra minha casa, esperei até ela dormir, então fui ver como estava a gatinha que levara cedo no veterinário. Muito debilitada por causa de vermes, não resistiu e morreu. Quando cheguei, já não estava mais lá.

Depois de fechar toda a casa, tomar um banho e beber água eu voltei para meu quarto, e quando passei pelo quintal olhei para o céu como se ele tivesse me chamado. Estava especialmente lindo, com aquela lua cheia, uma poeira brilhante ao seu redor, estrelas de tamanhos diversos – e de repente – um brilho extra explode no céu e forma uma calda, corre para a direita e desaparece. Se o céu não tivesse me avisado em tempo, não teria visto essa estrela cadente, que é um fenômeno maravilhoso!

Traz lembranças do meu antigo lar...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Nemo

Fãs de Nightwish que me perdoem, mas e única explicação para isso é que para mim fica melhor em espanhol mesmo...

Éste soy yo para siempre

Uno de los perdidos
El único sin un nombre
Sin un corazón honrado como compañía
Éste soy yo para siempre
Una persona sin un nombre
Estos versos son el último esfuerzo
Para encontrar el sentido de vida perdido

Oh cómo desearía
Una lluvia consoladora
Todo lo que deseo es poder soñar otra vez

Mi corazón amoroso
Perdido en la oscuridad
Por esperanza daría lo mejor de mí
Mi flor, marchita entre Las páginas 2 y 3
Aquella sola vez y para siempre la flor se fue con mis pecados
Camina por el camino oscuro
Duerme con ángeles
Pídele ayuda al pasado
Tocame con tu amor
Y revelame mi verdadero nombre

Oh, cómo desearía
Una lluvia consoladora
Todo lo que deseo es poder soñar otra vez

Mi corazón amoroso
Perdido en la oscuridad
Por esperanza daría lo mejor de mí

Oh cómo desearía
Una lluvia consoladora
Oh cómo desearía poder soñar de nuevo
De una vez y por todas
Y todas de una vez
Nemo es mi nombre de ahora en mas
Nemo va navegando a casa
Nemo se está alejando

Oh, cómo desearía...

// Nemo - Nightwish

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Delay Posting

Tenho tanta coisa para escrever e postar e tão pouco tempo pra isso.
Fico frustrado porque muitas vezes tenho pensamentos e idéias e quero colocar imediatamente no "papel" para que não se percam no meio de tantos outros pensamentos e afazeres do dia-a-dia, que logo se tornam semanas, e quando percebo, já passei dias demais sem escrever e cheio de coisas acumuladas na minha cabeça.

sábado, 29 de novembro de 2008

Aniversário do Daniel

29 de novembro de 2008. Hoje foi aniversário do meu irmão Daniel. Ainda não se passaram nem dois meses de sua morte – e a dor ainda é a mesma. Mas até hoje ainda não consegui me abrir com ninguém; e nem mesmo consegui reconfortar ninguém. São tantos sentimentos complexos competindo uns com os outros, como se me fatiassem de cima para baixo e lá eles estivessem, sobrepostos em cada camada.

Sei que se ele estivesse aqui hoje, ele passaria este sábado à tarde comendo um churrasco com os amigos, tomando uma cerveja gelada e ouvindo guns n’ roses . À noite estaria tocando rock com sua guitarra em algum bar da cidade – e essa seria com certeza uma ótima maneira de comemorar um aniversário. Sei que isso está acontecendo em algum universo paralelo.

Pouca gente sabe, mas antes de gostar de guns n' roses, a banda que o Daniel mais adorava era Pearl Jam, por isso, esta música eu ofereço a ele:

Hey... oooh...
Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay
Were laid spread out before me as her body once did.
All five horizons revolved around her soul
As the earth to the sun
Now the air I tasted and breathed has taken a turn

Ooh, and all I taught her was everything
Ooh, I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands chafe beneath the clouds
Of what was everything.
Oh, the pictures have all been washed in black, tattooed everything...

I take a walk outside
I'm surrounded by some kids at play
I can feel their laughter, so why do I sear?
Oh, and twisted thoughts that spin round my head
I'm spinning, oh, I'm spinning
How quick the sun can drop away

And now my bitter hands cradle broken glass
Of what was everything?
All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...

All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be... yeah...
Uh huh... uh huh... ooh...

I know someday you'll have a beautiful life,
I know you'll be a sun in somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, can't it be mine

Aah... uuh..

Too doo doo too, too doo doo [many times until fade]

// Black - Pearl Jam (Written by Eddie Vedder & Stone Gossard)


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quando você viaja de avião...

Quando você viaja de avião,
A imensidão do céu,
As asas de aço se dobrando
E potência dos motores
Fazem você se sentir pequeno
Como as coisas no chão;
E seu exterior,
Sua carne,
Já não são tão importantes,
A beira do insignificante.
É nesse momento que sobra apenas o seu vazio,
E você começa a pensar
Apenas no que realmente é importante.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Amor Apertado

Sabe aqueles banheiros mínimos,
que quando um entra o outro tem que sair?
Tem amores que parecem um banheiro apertado: só cabe um.
Ela ama o cara. Interessa-se pela sua vida, seu trabalho, seus estudos, seu esporte, seus amigos, sua família, enfim, ela está inteira na dele.
Ele, por sua vez, recebe isso de muito bom grado mas não retribui.
Não pergunta pelo trabalho dela,
pelas angústias dela, por nada que lhe diga respeito.
Ela, obviamente, não gosta desta situação, mas vai levando, levando, levando, até que um belo dia sua paciência se esgota e ela tira o time de campo. Aí ele entra. De repente, como num passe de mágica, ele se dá conta de como ela é legal, de como ele tem sido distante,
de como vai ser duro ficar sem a sua menina.
Então ele a torpedeia com e-mails e telefonemas carinhosos.
Mas ela é gata escaldada, não vai entrar nessa de novo.
Ele insiste. Quer vê-la, quer que ela entenda que ele é desse jeito tosco mesmo, mas que no fundo ela é a mulher da vida dele.
Ela é gata escaldada mas não é de gelo: então tá, vamos tentar de novo.
Ela entra com tudo.
Com a namorada resgatada, ele se isola novamente em seu próprio mundo, deixando-a conduzir tudo sozinha.
É ela quem o procura, é ela que o elogia, é ela que arma os programas,
é ela que lembra das datas, é ela, tudo ela, só ela.
Quer saber: tô fora!
Aí ele entra. Pô, gata, prometo, juro, ó: vou cobrir você de carinho.
E não é que ele cumpre?
Passa a tratá-la como uma deusa, superatencioso, parece outro homem.
Ela aceita a deferência, mas não entra mais nesse jogo. Simplesmente não retribui o afeto dele, quase nunca telefona, sai com as amigas toda hora, e ele ali, no maior esforço.
Ela esnobando, ele tentando, ela se fazendo, ele se declarando.
Até que ele enche: tô fora.
Aí ela entra. E ele esfria, e ela cai fora, e ele volta, e seguem neste entra-e-sai até o desgaste total.
Bom mesmo é amor em que cabem os dois juntos.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Nós somos a Crise!

Fico me perguntando até onde a mente humana pode ser tão meramente limitada. Somos criaturas per si imediatistas. Vejo o decorrer desta “crise mundial” como mais uma demonstração de nossa incapacidade de aprendermos com nossos erros.

Gostaria que daqui alguns anos eu releia este blog e ache graça do que escrevi. Mas duvido muito que isto aconteça.

Não precisaria ser um guru da economia ou vidente para imaginar que iremos pagar um alto preço pela mesquinharia, soberba e luxuria que pautamos nossas vidas. Desde que iniciou-se um processo de excelente crescimento econômico a nível mundial, pudemos observar que diversos governos pisaram fundo no acelerador e como um animal faminto debruçou-se cego para devorar os lucros exponenciais.

Surfar nesta mega onda de prosperidade foi o principal plano dos governos, inclusive o nosso, que a propósito, lucrou em muito associando a sua imagem no virtual “céu de brigadeiro”.

Onde eu quero chegar? Quero demonstrar que não temos liderança alguma, que não temos um líder capacitado de sensatez e perceber que um dia teríamos que frear essa locomotiva desgovernada!

Mas o que aconteceu com a economia? Íamos tão bem... Bom, inspirado no ex-candidato ao governo norte-americano MCain, terei o John – O Encanador, que no caso em minha história o chamarei de Paul - O Especulador:

Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por U$ 300.000 financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer U$1,1 milhão. Aí, um banco perguntou pro Paul se ele não queria uma grana emprestada, algo como U$800.000, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os U$800.000.

Com os U$800.000 Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como U$400.000. A diferença, U$400.000 que Paul recebeu do banco, ele se comprometeu: comprou 1 carro novo (alemão) pra ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou 2 TV’s de plasma de 63 polegadas, 43 notebooks, 1634 cuecas e o que sobrou jogou no bicho. Tudo financiado, tudo a crédito! A esposa do Paul, sentindo-se rica, sentou o dedo no cartão de crédito. Quanto amor!!!!

Em agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas que o Paul tinha dado entrada e estavam em construção caíram vertiginosamente de preço e não tinham mais liquidez...

O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Fácil...

Parecia fácil. Só que todo mundo teve a mesma idéia ao mesmo tempo. As taxas que o Paul pagava começaram a subir (as taxas eram pós fixadas) e o Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre. Milhões tiveram a mesma idéia do Paul. Tinha casa pra vender como nunca.

Paul foi agüentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, as das cuecas, dos notebooks,das tv’s de plasma, do vício no jogo do bicho e do cartão de crédito da amada esposa.

Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria revendido as 3 casas, mas, ou não havia compradores ou os que haviam só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Paul se danou! Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa que ele morava e das 3 casas que ele havia comprado como investimento. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul. Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como investimento perdendo tudo que tinha investido. Paul quebrou!

Ele e sua família pararam de consumir... Milhões de Paul’s deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Paul’s em títulos negociáveis. (De onde arrumariam dinheiro pra emprestar para tantos caras bacanas feito o Paul??) Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Com a inadimplência dos Paul’s esses títulos começaram a valer pó. Bilhões e bilhões em títulos passaram a nada valer e esses títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos.

Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Preço que despencou. Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em U$500.000 e de repente passou a valer U$300.000 e mesmo pelos U$300.000 não havia compradores.

Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A inadimplência dos milhões de Paul’s atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil um dia acaba. Acabou.

Com a inadimplência dos milhões de Paul’s, os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Paul’s pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado. O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir. O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimos interbancários.

O FED também começou a injetar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo, porém essas ações levam meses para surtir efeitos práticos. Essas ações foram corretas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.

O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na primeira semana de outubro o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correntistas correndo para sacar suas economias, boataria geral, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, numa segunda feira, quebrado, insolvente.

No domingo o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase, para que o banco não quebrasse. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por ação. Há um ano elas valiam 160 dólares.

Durante a semana seguinte, dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. A bola da vez foi o Lehman Brothers, um bancão!

Vimos o inglês Gordon Brown, o francês Sarkozy, a Alemã Angela Merkel e o russo Dmitri Medvedev (este, fantoche do Putin) arrancarem os cabelos nas as primeiras semanas de outubro. Impressionante como ali nos salões ovais eles deram-se as mãos e diferenças foram deixadas de lado. E a cada injeção de ânimo que era inoculada no mercado (cada “ampola” custava em média uns 200 a 500 bilhões), este reagia com mais caras legais feito o Paul, só que no mercado de ações, especulando nos valores dos papéis das empresas.

Daí toda vez que o Bush vinha a público, o preço das ações despencavam... Daí toda vez que o FED liberava mais dinheiro pro mercado, o preço das ações subiam...

Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes. Quem sabe até já se acostumou com elas:

Começa com aquelas crianças famintas da África. Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos. Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras. Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.

Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.

Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados. São imagens de miséria que comovem. São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza. Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Acabar! Resolver! Extinguir!

Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo.

Com 120 bilhões o mundo certamente seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

Esta noite, o Citigroup anunciou que irá demitir 73 mil funcionários até janeiro de 2009, até outubro já foram demitidos 21 mil.

A classe media americana está pedindo falência, porque lá pessoa física pode abrir pedido de falência, e posterga a dívida em até 5 anos, mas precisa estar empregado. Cerca de 5 mil novos pedidos são registrados ao dia. Crescimento de 30% em outubro.

GM, Ford e Crysller, as maiores montadoras de automóveis dos EUA já anunciaram que precisam de socorro até o início de 2009, ou irão parar a produção. Nem precisa dizer o que acontecerá com milhares de funcionários...

O que começou com o Paul hoje afeta o mundo inteiro. A coisa pode estar apenas começando. Só o tempo dirá.

// Abilio Jr

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Como conservar rosas

Eu já ganhei rosas de presente.
Não são somente as mulheres que gostam de ganhar flores.
Mas quem realmente consegue manter as flores em um bom estado por mais de um dia?

Vou te ensinar a como conservar rosas por até duas semanas:

Corte um centímetro do caule para abrir os canais aquáticos;
Coloque em um vaso com três litros de água morna - nunca fria;
Coloque um pouco de alvejante na água para manter organismos afastados, que fariam o caule entortar;
Troque a água a cada três dias.

Simples não?
Antes de saber o segredo, eu fazia tudo ao contrário.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Difícil querer definir amigo

Amigo é quem te dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do céu, se é o sonho que te faz falta.

Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas. É quem tentou e fez, e não tem o egoísmo de não querer compartilhar o que aprendeu. É aquele que cede e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer contigo já o alimenta, satisfaz. É quem já sentiu ou um dia vai sentir o mesmo que você. É a compreensão para o seu cansaço e a insatisfação para a sua reticência.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, a angústia
pela compreensão dos acontecimentos, a sede pelo "por vir". É ao mesmo tempo espelho que te reflete, e óleo derramado sobre suas águas agitadas. É quem fica enfurecido por enxergar seu erro, querer tanto o seu bem e saber que a perfeição é utopia. É o sol que seca suas lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

Amigo é aquele que toca na sua ferida numa mesa de chopp, acompanha suas vitórias, faz piada amenizando problemas. É quem tem medo, dor, náusea, cólica gozo, igualzinho a você. É quem sabe que viver é ter história pra contar. É quem sorri pra você sem motivo aparente, é quem sofre com seu sofrimento, é o padrinho filosófico dos seus filhos. É o achar daquilo que você nem sabia que buscava.

Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas. É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.

Amigo é multimídia. Olhos....

Amigo é quem fala e ouve com o olhar, o seu e o dele em sintonia telepática. É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo. É aquele que aguarda pacientemente e se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e é quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos estão amplificando tristeza interior. é lua nova, é a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante com múltiplas e inesperadas cores que cabem todas na sua íris.

Amigo é aquele que te diz "eu te amo" sem qualquer medo de má interpretação.

Amigo é quem te ama "e ponto".

É verdade e razão, sonho e sentimento.

Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cartas de Amor... Despedida.

- Você vai aprender a viver sem mim, eu sei que vai. Ah, e... Se eu esqueci alguma coisa minha por aqui, por favor, avise-me depois. Tchau.

Ela colocou a mochila nas costas e saiu antes que ele pudesse dizer uma ou duas palavras. Bateu a porta e sumiu logo após a primeira curva da estrada. Nos olhos dele, milhares de lágrimas contidas ameaçavam saltar para fora a qualquer momento. Não, ela não sabia o que estava dizendo. Ela não imaginava que jamais ele aprenderia a viver novamente sozinho ou com outra garota qualquer. Era tudo tão completo, tão perfeito e tão feliz que, sem ela, nada restava. Nada.

Mas finais são sempre assim, tristes e frios. Em alguns momentos de lucidez, ele lembrava de certos filmes que havia visto, livros que havia lido e músicas que havia ouvido. Todos falavam sobre abismos, sobre amores despedaçados, sobre dores agudas, sobre estradas sem fim. Mas, dentro da ficção, tudo sempre tem cura: um outro amor, uma reconciliação, um novo brilho de presente aos olhos. Na realidade, tudo é diferente. Ela não voltaria, ele jamais encontraria alguém que pudesse substituí-la e talvez ele esquecesse, com o passar do tempo, coisas simples como andar ou falar, mas jamais esqueceria a sensação de estar ao lado dela.

O problema é que ela sabia demais. Sabia sorrir, brigar, escrever, contar histórias, chorar baixinho e ouvir as melhores músicas. Além disso ela era linda, linda além da conta, uma mistura de elementos doces, ásperos, cítricos e delicadamente aromatizados. Ela sabia bater o pé, impor suas vontades, perder a compostura e ainda assim manter aquele olhar inexplicavelmente sedutor. Maldito olhar, maldito sorriso. Ele tinha caído em todas as armadilhas, sem exceção. Para ela, era apenas mais um - um número, uma vítima, um degrau a ser superado.

Com a cabeça encostada na mesa, ele se lembrou que ainda morre-se por amor, por mais que a postura contemporânea tente absorver certos ditos poéticos. Decidiu, então, morrer um pedaço, necrosá-lo e extirpá-lo do próprio corpo, mesmo sabendo a quantidade de sangue que isto lhe custaria. Só assim poderia trilhar os caminhos de sua própria estrada, ainda que com um enorme buraco cavado no peito. Esta parecia a única saída no meio de tanta amargura: aprender a viver sem aquela carne, suportando apenas as marcas do ferimento.

Um corte sem cicatriz, que vez ou outra inflamava. A cada inflamação, o fogo cortante partia ao meio suas vísceras. Mas ele sabia como sobreviver, apesar de ferido. Ferido e sem ela.

// Vanessa

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Fare Well My Brother!

Daniel Alcântara * 29/11/1983 + 16/10/2008

Não sei como começar a dizer a dizer algo que nunca pensei que iria ter de dizer tão cedo. Não sei descrever a minha dor. Não ouso mensurar a perda.

Só sei que hoje quando acordei com o telefonema do Antonio, meu padrasto, dizendo que viesse urgente para casa do Daniel, ajudar a levá-lo ao hospital, porque ele estava desmaiado no banheiro, não me passou pela cabeça, em nenhum momento, que isto fosse mais que um desmaio.

Quando cheguei lá, dois homens já estavam carregando ele pela escada. Fomos para o hospital, que ficava apenas uma quadra de distância de sua casa, e quando o colocaram na sala de emergência, uma técnica de enfermagem demonstrou completa falta de sensibilidade e humanidade quando disse “esse aí já era!” na frente do Antonio.

Tentaram de tudo para reanimá-lo, mas seu coração não conseguia responder por mais do que alguns segundos. Quando a médica nos chamou para dar a notícia de que ele havia falecido, eu entrei em piloto automático. Em nosso desespero, nem tínhamos consciência de que quando chegamos a sua casa, ele já estava morto.

Meu irmão. Meu único irmão de pai e mãe. Irmão de uma vida inteira. Irmão de muitas experiências. Irmão caçula. Meu irmão, de repente, está morto! Eu o velei e enterrei seu corpo, e até agora, não acredito que isso aconteceu.

O médico legista identificou dois infartos. Um que ocorreu por volta de duas semanas atrás, e este último, fulminante, que dilacerou seu coração e lhe tirou a vida. Entre estas duas semanas ele reclamava de cansaço em excesso e dores no peito e na barriga. Todos nós recomendamos que ele fosse ao médico, e, no entanto, ele só foi à véspera, e se recusou a ir à emergência porque já tinha exames marcados.

Ninguém sabe como estou sofrendo, e nem eu mesmo sei o quanto ainda vou sofrer. O fato de eu ter dado carona a ele no dia anterior é ao mesmo tempo alívio e culpa - pois me deu a graça de ficar um tempinho perto dele antes do fim – mas me esmaga por dentro não ter um sexto sentido que me impulsionasse a perceber o quanto ele estava se sentindo mal.

Depois que ele saiu de nossa casa, sempre fez questão de mostrar que estava bem, que estava no controle. Sempre foi muito orgulhoso, e teve muitos amigos fiéis. Por isso nunca mais se abriu comigo, e nunca soube de nada por outros. E só fiquei sabendo que estava doente além do normal quando ele ligou para o nosso pai, dizendo que quase não consegui subir as escadarias no prédio onde morava. Ele resolveu pedir ajuda para quem estava mais distante, e não tinha como ajudá-lo na mesma hora, mas por isso ligou para nossa mãe e contou sua preocupação com o Daniel. E ela, que estava brigada com o filho desde quando ele saiu de casa, me perguntou, para minha surpresa, mas eu só soube dizer que ele me dissera horas antes que havia marcado mais de quinze exames a pedido do médico.

Eu me sinto muito, muito culpado. Ele era meu irmão mais novo. Era minha obrigação cuidar dele. Por mais independente que ele fosse, eu sempre deveria procurar saber como ele estava. Durante meses ele estava trabalhando na mesma empresa que eu, mas nós pouco conversamos. O ritmo do trabalho em um banco é implacável. Por causa dessa droga de crise financeira ele estava com medo de perder o emprego, mesmo sendo o melhor na sua área.

Não escrevo muito sobre ele, que teve toda uma vida própria, e bem mais intensa que a minha. Ele tinha várias bandas de rock, milhares de amigos, e uma filha maravilhosamente linda, que vou cuidar como se fosse minha filha, como sempre cuidei e protegi nos momentos em que ele não pôde estar por perto.

Em seu último dia no banco, ele estava na copa, contando ao pessoal como eu costumava brincar com ele quando éramos crianças, de que éramos de outro planeta e que estávamos aqui para salvar o mundo. No final ele disse que talvez estivesse na hora de voltar para o seu planeta.

Então vai em paz meu irmão... Vou cuidar de tudo por aqui pra você.

Definir é limitar.



Amamos a vida não porque nos habituamos com a vida,
Mas porque nos habituamos a amar.
// Nitzche

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Quem mandou não se formar logo!

O dono da companhia onde trabalho resolveu este ano que quer ganhar mais dinheiro, e por isso resolveu, como todo empresário com deficiência intelectual, que a maneira mais rápida para isso seria cortando gastos com pessoal. Ele desperdiça toneladas de papel (e dinheiro), mas preferiu desperdiçar mão de obra qualificada e competente.

E como isso me prejudicou? Todos nós que ficamos tivemos que absorver o serviço que nossos ex-colegas faziam, e por conta disso agora eu estou, entre outras coisas, atendendo o público cliente.

E justamente hoje me apareceu uma daquelas figuras de se tirar o chapéu. Um cara que estava devendo prestações a perder de vista, e quando finalmente consegue pagá-las, vem ao banco cheio de pose e falando como se fosse dono de alguém lá dentro. Porque queria imediatamente que seu nome fosse retirado do Serasa, do jurídico, entre outras coisas. Quando tentei explicar para sua alteza que existe um processo burocrático que independe da pessoa que vos fala, ele perdeu a cabeça, e começou a citar nomes que não ajudariam em nada sua situação, como por exemplo, o diretor da agência.

(É incrível como algumas pessoas acham que saber o nome do diretor da agência lhes confere algum tipo de status ou regalias)

Ele estava irredutível. A cada vez que eu tentava explicar algo ele me cortava, e eu dizia que estava tentando ajudar, mas ele não estava permitindo. E sua esposa dizia a mesma coisa para ele. Na certa o sujeito pensava que eu iria me intimidar com toda a sua imponência e iria ceder a todas as suas vontades imperiais.

E como é de direito do cliente eu o encaminhei à Gerente, que rapidamente me chamou num canto para reclamar de eu ter-lhe repassado o cliente (mas se é direito do cliente, o que vou fazer, expulsá-lo!?).

Ela estava à margem de me desautorizar perante o cliente – coisa que eu reclamara poucos dias atrás numa reunião com uma supervisora da matriz, que veio de São Paulo só para escutar nossos problemas – e isso retira completamente nossa credibilidade e faz o procedimento institucional ir pelo ralo. Se ela tivesse “mexido os pauzinhos” para ajudá-lo, minha carta de demissão estaria em sua mesa no final da tarde.

Este post eu fiz em homenagem a todas as pessoas que tem de sofrer humilhações sem culpa alguma, nem pelo problema, nem pelo ruminante que grita e cospe saliva em suas caras. Não abaixem a cabeça. Não sejam reféns de clientes provincianos e chefes incompetentes.

sábado, 5 de julho de 2008

Nine Inch Nails

A primeira vez que ouvi essa música foi num clipe caseiro de uma menina chamada Sarah. Era muito sensual, mas não explícito. Conectado com essa música - com essa letra... É simplesmente a definiçao de Sexy!

{ Closer }

You let me violate you
you let me desecrate you
you let me penetrate you
you let me complicate you

Help me
I broke apart my insides
(Help me)
I've got no soul to sell
(Help me)
The only thing that works for me
Help me get away from myself

I want to fuck you like an animal
I want to feel you from the inside
I want to fuck you like an animal
My whole existence is flawed
You get me closer to god

You can have my isolation
You can have the hate that it brings
You can have my absence of faith
You can have my everything

(Help me)
Tear down my reason
(Help me)
It's your sex I can smell
(Help me)
You make me perfect
Help me become somebody else

I want to fuck you like an animal
I want to feel you from the inside
I want to fuck you like an animal
My whole existence is flawed
You get me closer to god

Through every forest
Above the trees
Within my stomach
Scraped off my knees
I drink the honey
Inside your hive
You are the reason
I stay alive

// Nine Inch Nails


domingo, 11 de maio de 2008

A versão dos fatos

O físico Leo Szilard certa vez anunciou ao amigo Hans Bethe que estava pensando em escrever um diário:

- Não pretendo publicar.
- Só vou registrar os fatos para a informação de Deus.

-- Você não acha que Deus sabe dos fatos?

- Sim,
- Ele sabe dos fatos, mas não desta versão dos fatos.

// Hans Christian Von Baeyer (Domando o Átomo)

terça-feira, 1 de abril de 2008

Bon Jovi

"Todos os homens são heróis em seus sonhos" - Sigmund Freud.

Tudo começou quando o Bon Jovi veio ao Brasil na sua turnê do album Keep the Faith. Não acompanhei o show, mas ouvi mais tarde pela rádio Tranzamérica a música In These Arms e me apaixonei logo de primeira.

Nunca consegui gravar a versão ao vivo tocada aqui, mas um ano depois, quando chegara o aniversário de quinze anos de minha prima Ana Paula, e eu tinha acabado de saber que iria morar com minha mãe de agora em diante, fui até à loja americanas comprar um presente para ela. Lembro que tinha trinta reais para gastar. Estava procurando algum CD interessante que ela pudesse gostar, quando encontrei no meio daquele monte de caixas desorganizadas uma cópia do CD do Bon Jovi. Foi um arrepio só. Gritei de alegria (por dentro é claro). Acabei comprando o Cd pra mim e um outro do Barão Vermelho para ela - os dois estavam na promoção. Até hoje não sei se ela gostou do presente. Sei que gostei da festa e do meu CD.

Ficava ouvindo repetidamente no som do meu padrasto, com aquele readphone poderoso. Quase fico surdo de tão alto que ouvia as músicas, cada uma mais perfeita que a outra. Foi aí que comecei a gostar da banda, mas nunca comprei os CDs anteriores, apenas os que vinham sendo lançados depois.

Isso veio depois que comecei a gostar de Caetano Veloso, Chico Buarque e outros nomes da MPB. Depois de Bon Jovi, devo admitir que passei a gostar mais de músicas em inglês.

Fora a já citada In These Arms, devo dizer que minhas preferidas são Dry County, Bed of Roses, Keep the Faith, My Guitar Lies Bleeding In My Arms, Hey God, enfim... Mas para o vídeo eu escolhi uma música lançada muito tempo depois em 2005, que representa muito bem o espírito dessa banda que está unida há muito tempo e uma das poucas do "meu tempo" que gosto que ainda está unida até hoje.

Então aproveite a música e Have a nice day...



{ My Guitar Lies Bleeding In My Arms }

Misery likes company, I like the way that sounds
I've been trying to find the meaning, so I can write it down
Staring out the window, it's such a long way down
I'd like to jump, but I'm afraid to hit the ground

I can't write a love song the way I feel today
I can't sing no song of hope, I got nothing to say
Life is feeling kind of strange, since you went away
I sing this song to you wherever you are
As my guitar lies bleeding in my arms

I'm tired of watching TV, it makes me want to scream
Outside the world is burning, man it's so hard to belive
Each day you know you're dying from the cradle to the grave
I get so numb sometimes, that I can't feel the pain

...

Staring at the paper, I don't know what to write
I'll light my last cigarette-well, turn out the lights
Maybe tomorrow I'll fell a different way
But here im my delusion , I don't know what to say

...

Beatles

Acordei pra música quando tinha apenas doze anos de idade, quando meu padrasto trouxe para casa um micro system com CD-player (um dos primeiro fabricados) e tratou de comprar os CDs dos Beatles. Eu logo fiquei viciado em ouvir as músicas divertidas e românticas da primeira fase deles. O som veio com um headphone que cabia perfeitamente nos ouvidos e você perdia contato com o exterior. Meus ouvidos nunca mais foram os mesmos! Depois vieram os CDs duplos da segunda fase, com músicas mais adultas e letras que acompanhavam sua própria evolução musical.

Foi só quando comecei a ouvir Beatles que descobri que era deles a música tema de um dos filmes que eu mais gostava na época, que era o Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off) com Matthew Broderick, Mia Sara e Charlie Sheen. Pesquisei no YouTube e disponibilizei um trechinho para ter aquela nostalgia dos filmes dos anos 80.



Lay down your arms (Soldier of love)
And surrender to me (Sha la, la)
Lay down your arms (Soldier of love)
And love me peacefully (Sha la, la) yeah (Sha la la)
Use your arms for loving me
Baby, that's the way it's gotta be (Ooh)

There ain't no reason for you to declare
War on the one that loves you so
So forget the other boys because my love is real
Come off your battlefield

Lay down your arms (Soldier of love)
And love me peacefully (Sha la, la)
Lay down your arms (Soldier of love)
And love me tenderly (Sha la, la) yeah (Sha la la)
Use your arms to hold me tight
Baby, I don't wanna fight no more (Ooh)

The weapons you're using are hurtin' me bad
But someday you're gonna retreat
That my love for you baby, is the truest you've ever had
A Soldier of Love, that's hard to be

Lay down your arms (Soldier of love)
And love me peacefully (Sha la, la)
Lay down your arms (Soldier of love)
And surrender to me (Sha la, la) yeah (Sha la la)
Use your arms to squeeze and please cos I'm the one that loves you so
(Yeah, soldier of love) Baby, lay down your arms
(Yeah, soldier of love) Baby, lay down your arms
(Yeah, yeah)

domingo, 23 de março de 2008

Prefácio para o blog do Abílio

A primeira coisa que escrevi sobre mim foi sobre as três coisas que já sabia desde quando comecei entender o que era estar vivo neste canto do universo: seres inferiores se agrupam em famílias e seres superiores em colméias; a religião nunca seria o lado ativo se fizesse amor comigo; e que eu iria inevitavelmente ter que salvar o mundo um dia.

Mas esqueci de uma quarta realidade absoluta. Erro este que corrijo agora: Sempre soube também que nunca escolheria meus amigos por quantidade de posses ou de poder - nem tão pouco por puro prazer - mas pelo potencial humano e pelo olhar sincero de uma pessoa que não esteja querendo te vender nenhuma idéia ou utensílio doméstico.

E o Abílio não foge a esta regra. Não que ele não venha a se tornar o homem mais rico do mundo ou o presidente dos Estados Unidos – e até mesmo o rei da Inglaterra como assim iria preferir. Só depende de sua vontade.

Uma pessoa que compartilha comigo, entre outras coisas, a paixão por escrever - e sonhar com mundos mais desafiadores, daqueles que nos cobram o máximo de nossa (quase) ilimitada capacidade.

Porém como este préfácio estava reservado a mim, sabia que ele não escreveria uma palavra antes que eu estimulasse sua memória, sua criatividade... e um pouco do seu ego também!

Conheci o Abílio quando ele estava a um ano de sair do colégio para entrar na faculdade de Administração, numa escola que era na verdade uma academia de pessoas loucas e maravilhosas. Colecionamos um álbum de figurinhas únicas na história, as quais algumas vêm até hoje coladas em nós, formando aquela página dupla bem no centro do livro – é a tal da diretoria, que sai fazendo história por onde passa.

E como cada um tem sua história bem particular, este sujeito teve seu caráter e alicerces construídos com bases sólidas - como uma mãe que é de uma excelência cuja descrição tomaria pelo menos cinco páginas e por isso precisa ser resumida simplesmente como angelical; uma tragédia encarnada na perda de uma pessoa única na história de seu coração; a ausência afetiva de um pai, o que eu acredito deixou encubado em si a preparação para ser o melhor pai do mundo (quando chegar a hora); e por último, mas não menos importante, a presença de amizades verdadeiras e onipresentes.

Um homem de idéias e gostos refinados, que se renovam com o passar de cada ano, e que comigo compartilha muitos sonhos, como o de viver de cultura e conhecer todo esse planeta, para enfim descobrirmos porque nascemos justamente onde...

Se seus sonhos todos se tornarem realidade, então daqui a algum tempo ele estará morando na Inglaterra, tomando alguma bebida quente com David Gilmour e já terá feito de tudo um pouco.

Se ele gostar de você, vai te proteger e olhar por você para o resto da sua vida; mas se você o magoar sem razão – ou se apenas for portador de olhos falsos e impuros, ele vai te caçar e te destruir como um guerreiro nórdico sem medo de morrer, pois se for seu fim, irá não para o céu nem para o inferno, mas sim para Valhala reencontrar seus antepassados. Ou seja, ele ganha de qualquer jeito!

E Ela foi embora...

Hoje ela disse:
"Vou viajar de novo. Vou me mudar pra outro lugar."
E meu mundo acabou de vez!
Talvez seja prudente eu morrer...
Nascer de novo...
E começar tudo do zero.

// 26-02-2008


Desde que terminamos, conheci uma parte dela que não conhecera nem antes de começarmos a namorar: seu lado reservado. Ela fez questão de me dar poucos detalhes de sua vida – e já faz seis anos desde então. Só sei que ela teve dois namorados e só pensa na sua religião. Há, e também tem o fato de que ela nunca acredita nas coisas que digo pra ela. Como se minha vida fosse inventada, tudo um conto de fadas. Recusa-se até a ler este diário, não sei o motivo. Sempre diz que lerá depois.

A verdade é que o fato de ela ser uma pessoa muito reservada sempre foi uma coisa que admirava bastante nela, além de mil e outras coisas, até ser alvo de sua impetuosidade que é tanta que me pergunto se as coisas que ela me fala realmente são verdadeiras – e daí eu acabo caindo em sua armadilha, me perguntando se ela não passa pela mesma situação, e por isso desconfia tanto de mim.

Como por exemplo, esta viagem que ela diz ser definitiva, por motivo de não conseguir trabalho em sua área aqui em Belém, me deixou com a pulga atrás da orelha, pois não me deu nenhuma informação a mais sobre isso – se ia sozinha, por exemplo... Mas também não fiz questão de perguntar nada, pois sabia que não iria ter resposta.

Mas é como eu disse a ela: amar é querer todo o bem a quem se ama, sem esperar nada em troca. Isso foi depois de um diálogo onde ela tentava me convencer de que eu não a amava, e eu, de que cada pessoa tem uma perspectiva diferente do que é isso, e a minha era essa, a qual ela surpreendentemente aceitou como ponto final. Mas não tão surpreendente depois que ela me falou que essa é o mesmo conceito de amor que está escrito na bíblia cristã que ela tanto ama.

E se por assim se faz verdade, eu dou como encerrado este assunto e do fundo do meu coração só espero que ela esteja hoje mais feliz que ontem, sozinha ou acompanhada – e, se um dia precisar de ajuda de verdade, que lembre que tudo que eu falei pode ser a mais absoluta verdade, e que eu iria onde fosse preciso para salvá-la de um dragão, ou uma bruxa má.

// Domingo de Páscoa de 2008

domingo, 16 de março de 2008

Jorge Vercilo

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá…
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar!
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar

quinta-feira, 13 de março de 2008

Cartas de Amor... Distância.

Nas minhas andanças pelo mundo eu conheci você. Há mais de quinhentos quilômetros de distância entre nós agora. Mas nem por isso deixo de nos imaginar deitados em minha cama, conversando sobre nós e sobre a vida, depois de muita atividade física, suados e com um sorriso de uma ponta a outra do rosto. Sorrisos sinceros de satisfação por simplesmente estarmos ali, juntos. E isso me deixa pasmo em descobrir coisas como que o mundo não é tão pequeno - e nem tão grande - que não possa deixar-nos divididos; e que quando uma pessoal é especial não se precisa de mais que um dia para perceber isso e depois levar um pouco dela no seu coração para onde você for – e deixar um pouquinho do seu com ela.

Me intriga a maneira como pensamos um no outro.
Me intriga pensar sobre o que o destino nos reserva.

Às vezes tenho medo de você vir até mim e descobrir que era só empolgação pelo inexplorado - ou simplesmente não ser o que você queria.

Mas não me pego a ficar imaginando muito mais a ponto de perder o prazer da surpresa do que seria ter você ao meu lado. E chegará esse dia em que nós dois iremos fazer tudo o que temos direito um com o outro.

E pra você deixo este poema:

Nunca te toquei,
Não conheço o teu corpo,
Mas eu te sinto
Mesmo que estejas longe.
Não me olhei ainda
Na luz dos teus olhos
E nem provei
O gosto da tua boca.
Mas eu te quero,
Mesmo sabendo
Que nunca te terei.
Não experimentei o teu toque
E nem sequer te acariciei,
Mas sinto o teu perfume no ar.
Sucumbi à tua sedução,
Mesmo sabendo
Que nunca te encontrarei.
Nosso amor é só virtual,
Mas não faz mal,
Pois alma é mais do que corpo.
E, se não te tenho ao meu lado,
Que o vento sussurre para ti
Minhas palavras de carinho.
Quero também que ele diga
Que alguém te ama
Do jeito que mais sabe,
Com tudo o que é capaz.
E se pensares no amor,
E em tudo o que ele traz,
De felicidade, na vida,
Ora, isso não é nada,
Pois te amo muito mais!
Alma é mais do que corpo.
E minha alma seguirá
Sempre amando a tua,
Mesmo que nossos corpos
Nunca possam se encontrar.
Mas chegará o momento,
Por alma ser mais que corpo,
Que seremos só uma alma,
Um coração
E um só pensamento!

quarta-feira, 12 de março de 2008

O poder das turbinas

Quando você viaja de avião,
a imensidão do céu,
as asas de aço se dobrando,
e potência dos motores,
faz você se sentir pequeno,
como as coisas no chão;

E seu exterior,
e sua carne,
já não são tão importantes,
à beira do insignificante.

É nesse momento,
que sobra apenas o seu vazio,
e você começa a pensar,
no que realmente é importante.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Olhar apaixonado

Nada é mais belo
Do que o sorriso
De uma mulher apaixonada

Nada é mais gratificante
Do que ser o alvo
De seu olhar

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O diálogo da franja

- Ei, seu cabelo está fora de moda!
-- Por que?
- Estamos em 2008. A moda agora é franja.
-- E daí?
- Daí que todo mundo ta usando!
-- Ah ta, então eu vou usar também, como todo mundo...
- Tenho certeza que vai combinar com tua personalidade.
-- Mas o que tem de pessoal nisso, se vou ficar igual a todo mundo?
- Hã!?
-- Como vou ficar diferente se vou ficar igual!?
- Hã!?
-- É melhor ser diferente ou igual?
- Ser diferente, lógico! É pra isso que serve a moda!
-- Sei, pra te dizer como ser diferente...
- Isso.
-- ...se você não tem criatividade própria pra ser diferente.
- Você ta me ofendendo?
-- Não.
- Mas pareceu!
-- Não. Impressão sua... ta na moda ser implicante.
- Pensei que fosse seu jeito. Sempre fostes assim...
-- É, mas agora tá na moda. Tem muita gente me imitando.
- Hã!?
-- A moda é feita por quem tem personalidade para dar aos que não tem.
- Agora me senti ofendida!
-- É porque agora estou te ofendendo mesmo.
- Vaca!
-- Bibelô!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Drogas, poemas e julgamentos

Revirando as minhas coisas velhas eu encontrei um poema antigo, escrito por uma velha amiga. Alguém que protegi no tempo de colégio; que cheguei até a pensar nela como mulher linda que era; mas que nunca montei nenhum nó com meu destino ao seu - apenas uma amizade saudável!

Ela era uma das melhores amigas de uma ex-namorada. Chegou a ser uma importante peça na vida de um dos meus melhores amigos, mas o decepcionou bastante no final das contas!

Depois veio o Loki da minha vida e estragou o resto de dignidade que havia nela. Usou as drogas para corrompê-la, assim como fez com essa minha ex-namorada, e com um monte de outras pessoas. Mas com ela a coisa foi diferente, pois uma pessoa mais frágil é mais suscetível a certos “prazeres” e logo passou a usar coisas mais pesadas e enfim acabou estragando uma juventude promissora.

Como estive alienado a esta fase de sua vida, só consigo lembrar dela como era antes: uma garota alegre, cheia de vida, com idéias inteligentes e bom gosto pra música - dona de um sorriso lindo!

Lendo seu poema, depois de falar toda essa baboseira, fica até engraçado... e irônico.

É assim que me julgas então
É com esses olhos que me vês!
Meus anseios em vão
Seria bom esquecer – me de vez

Não diria que minhas feições
Exibem farsas da sociedade
Tão pouco que sou mendiga
Famélica escondendo minhas ações

Já que sou coringa
E tirei – te do teu lugar
Tirei tua calma e deixei dor
Mas minha mente também queima torpor

É assim que me julgas então?
Meus sorrisos como facões
Minhas indiferenças silenciosas
E que agora lanço punições!

// L. C.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Quando me apaixonava...

Este poema eu escrevi tentando expressar o que sentia quando me apaixonava verdadeiramente por alguém.

Sem Você
A escuridão me rodeava
Eu senti um perfume
Em meio ao nada
Me estendes a mão
E me guia pelo corredor
Até a saída...
Ou foi o contrário?
Eu vi
Eu senti
Aquilo que tudo esquenta
Segui essa força
Esse sentimento
Até o fim do corredor
E quando cheguei lá
Era Você!
Então meu coração sabia
Que finalmente
Chegara em casa
E lá ficou!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Alberto Caeiro

Quando vier a primavera,
se eu já estiver morta,
as flores florirão da mesma maneira,
e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma...
Gosto que tudo seja real
e que tudo esteja certo;
e gosto porque assim seria
mesmo se eu não gostasse...
...O que for, quando for, é que será o que é.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Paixão

Amo tua voz e tua cor e teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete, suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo que se quer, ah! Esse maldito fechoeclair
De repente a gente rasga a roupa e uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo tudo o que vier eu topo
Tudo o que vier vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo nem por mim nem por ninguém
Não quero ficar na sua vida como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme e se encharca de perfume
Faz que tenta se matar
Vou ficar até o fim do dia decorando tua geografia
E essa aventura em carne e osso deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar
Tens um não sei que de paraíso e o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita e a boca mais bonita
Que a minha já tocou

// Kledir Ramil

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Amazon Blue Sky Light

Em que outro lugar no mundo você poderia olhar para o céu claro e estrelado é abraçado por uma fina chuva fria?

De um lado temos a um céu claro e límpido e ao lado um punhado de nuvens que parecem vapor de barcos de Nova Orleans. Somente aqui na Amazônia. Amo este lugar!

Mas mesmo assim visite o site http://www.neworleansonline.com/ e veja como New Orleans também é um lugar maravilhoso!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Separados no nascimento?

Se perguntarem qual a placa para qualquer uma de minhas ex-namoradas que tenham estado comigo quando eu tinha o meu primeiro carro, a resposta sai na ponta da língua até hoje: JUA4173.

Este fato se deve a sua preocupação na possibilidade de me verem onde eu não estou – ou pelo menos onde eu dizia que não estava.

Tudo isso se deve ao fato de um milhão de pessoas reportarem me ver em algum lugar no carro com uma ou outra loira. O detalhe é que de 1992 até 2006 eu nunca fiquei com nenhuma loira.

Mas este fenômeno ficou muito bem explicado quando esta semana eu estava indo trabalhar, quando me deparei com um Fiat Palio azul marinho, idêntico ao meu. Mas tem um monte desses por aí – só que quando eu olhei para a placa: JUA8753.

Pra quem olha de longe esse carro passando em velocidade, pode facilmente confundir. Mas isso não é o suficiente para tomar conclusões precipitadas... Até você olhar pro motorista, que é minha cara! Fiquei perplexo – e ri bastante! O cara é um branquelo, de óculos, com nariz igual ao meu, cabelo preto curto – enfim, até eu pensaria que era eu.

Duas situações engraçadas foram uma em que fui até a federal me matricular e minha ex L.L. reconheceu meu carro pela placa, depois de dois anos que tínhamos terminado e logo me passou uma mensagem para conferir o que estava fazendo lá.

Outra foi quando estávamos indo pro Mcdonalds lanchar e passando pelo lado ela deu um grito do tipo “o que você ta fazendo aí com essa mulher”, e depois caiu a ficha de que ela estava do meu lado no carro, olhando para um casal dentro da lanchonete. O cara era realmente a feiúra em pessoa. Ela ficou toda sem graça, e eu não sabia se ria da situação ou se ficava com raiva ou do cúmulo do ciúme ou dela me confundindo com um cara tão feio.

É como dizem: o amor é cego; e a inveja enxerga mais do que há...