domingo, 10 de fevereiro de 2008

Alberto Caeiro

Quando vier a primavera,
se eu já estiver morta,
as flores florirão da mesma maneira,
e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma...
Gosto que tudo seja real
e que tudo esteja certo;
e gosto porque assim seria
mesmo se eu não gostasse...
...O que for, quando for, é que será o que é.

Um comentário:

  1. "E os dias passam como areia
    Que escorre em meus dedos...
    E eu não vejo meu rosto
    Ao saber que passei como os anos
    O sonho acabou?" (Uns e outros)

    Será a vida apenas um sonho?

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