sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O diálogo da franja

- Ei, seu cabelo está fora de moda!
-- Por que?
- Estamos em 2008. A moda agora é franja.
-- E daí?
- Daí que todo mundo ta usando!
-- Ah ta, então eu vou usar também, como todo mundo...
- Tenho certeza que vai combinar com tua personalidade.
-- Mas o que tem de pessoal nisso, se vou ficar igual a todo mundo?
- Hã!?
-- Como vou ficar diferente se vou ficar igual!?
- Hã!?
-- É melhor ser diferente ou igual?
- Ser diferente, lógico! É pra isso que serve a moda!
-- Sei, pra te dizer como ser diferente...
- Isso.
-- ...se você não tem criatividade própria pra ser diferente.
- Você ta me ofendendo?
-- Não.
- Mas pareceu!
-- Não. Impressão sua... ta na moda ser implicante.
- Pensei que fosse seu jeito. Sempre fostes assim...
-- É, mas agora tá na moda. Tem muita gente me imitando.
- Hã!?
-- A moda é feita por quem tem personalidade para dar aos que não tem.
- Agora me senti ofendida!
-- É porque agora estou te ofendendo mesmo.
- Vaca!
-- Bibelô!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Drogas, poemas e julgamentos

Revirando as minhas coisas velhas eu encontrei um poema antigo, escrito por uma velha amiga. Alguém que protegi no tempo de colégio; que cheguei até a pensar nela como mulher linda que era; mas que nunca montei nenhum nó com meu destino ao seu - apenas uma amizade saudável!

Ela era uma das melhores amigas de uma ex-namorada. Chegou a ser uma importante peça na vida de um dos meus melhores amigos, mas o decepcionou bastante no final das contas!

Depois veio o Loki da minha vida e estragou o resto de dignidade que havia nela. Usou as drogas para corrompê-la, assim como fez com essa minha ex-namorada, e com um monte de outras pessoas. Mas com ela a coisa foi diferente, pois uma pessoa mais frágil é mais suscetível a certos “prazeres” e logo passou a usar coisas mais pesadas e enfim acabou estragando uma juventude promissora.

Como estive alienado a esta fase de sua vida, só consigo lembrar dela como era antes: uma garota alegre, cheia de vida, com idéias inteligentes e bom gosto pra música - dona de um sorriso lindo!

Lendo seu poema, depois de falar toda essa baboseira, fica até engraçado... e irônico.

É assim que me julgas então
É com esses olhos que me vês!
Meus anseios em vão
Seria bom esquecer – me de vez

Não diria que minhas feições
Exibem farsas da sociedade
Tão pouco que sou mendiga
Famélica escondendo minhas ações

Já que sou coringa
E tirei – te do teu lugar
Tirei tua calma e deixei dor
Mas minha mente também queima torpor

É assim que me julgas então?
Meus sorrisos como facões
Minhas indiferenças silenciosas
E que agora lanço punições!

// L. C.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Quando me apaixonava...

Este poema eu escrevi tentando expressar o que sentia quando me apaixonava verdadeiramente por alguém.

Sem Você
A escuridão me rodeava
Eu senti um perfume
Em meio ao nada
Me estendes a mão
E me guia pelo corredor
Até a saída...
Ou foi o contrário?
Eu vi
Eu senti
Aquilo que tudo esquenta
Segui essa força
Esse sentimento
Até o fim do corredor
E quando cheguei lá
Era Você!
Então meu coração sabia
Que finalmente
Chegara em casa
E lá ficou!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Alberto Caeiro

Quando vier a primavera,
se eu já estiver morta,
as flores florirão da mesma maneira,
e as árvores não serão menos verdes que na primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma...
Gosto que tudo seja real
e que tudo esteja certo;
e gosto porque assim seria
mesmo se eu não gostasse...
...O que for, quando for, é que será o que é.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Paixão

Amo tua voz e tua cor e teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete, suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar
Ser feliz é tudo que se quer, ah! Esse maldito fechoeclair
De repente a gente rasga a roupa e uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar
Depois do terceiro ou quarto copo tudo o que vier eu topo
Tudo o que vier vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo nem por mim nem por ninguém
Não quero ficar na sua vida como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme e se encharca de perfume
Faz que tenta se matar
Vou ficar até o fim do dia decorando tua geografia
E essa aventura em carne e osso deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar
Tens um não sei que de paraíso e o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita e a boca mais bonita
Que a minha já tocou

// Kledir Ramil