domingo, 23 de março de 2008

Prefácio para o blog do Abílio

A primeira coisa que escrevi sobre mim foi sobre as três coisas que já sabia desde quando comecei entender o que era estar vivo neste canto do universo: seres inferiores se agrupam em famílias e seres superiores em colméias; a religião nunca seria o lado ativo se fizesse amor comigo; e que eu iria inevitavelmente ter que salvar o mundo um dia.

Mas esqueci de uma quarta realidade absoluta. Erro este que corrijo agora: Sempre soube também que nunca escolheria meus amigos por quantidade de posses ou de poder - nem tão pouco por puro prazer - mas pelo potencial humano e pelo olhar sincero de uma pessoa que não esteja querendo te vender nenhuma idéia ou utensílio doméstico.

E o Abílio não foge a esta regra. Não que ele não venha a se tornar o homem mais rico do mundo ou o presidente dos Estados Unidos – e até mesmo o rei da Inglaterra como assim iria preferir. Só depende de sua vontade.

Uma pessoa que compartilha comigo, entre outras coisas, a paixão por escrever - e sonhar com mundos mais desafiadores, daqueles que nos cobram o máximo de nossa (quase) ilimitada capacidade.

Porém como este préfácio estava reservado a mim, sabia que ele não escreveria uma palavra antes que eu estimulasse sua memória, sua criatividade... e um pouco do seu ego também!

Conheci o Abílio quando ele estava a um ano de sair do colégio para entrar na faculdade de Administração, numa escola que era na verdade uma academia de pessoas loucas e maravilhosas. Colecionamos um álbum de figurinhas únicas na história, as quais algumas vêm até hoje coladas em nós, formando aquela página dupla bem no centro do livro – é a tal da diretoria, que sai fazendo história por onde passa.

E como cada um tem sua história bem particular, este sujeito teve seu caráter e alicerces construídos com bases sólidas - como uma mãe que é de uma excelência cuja descrição tomaria pelo menos cinco páginas e por isso precisa ser resumida simplesmente como angelical; uma tragédia encarnada na perda de uma pessoa única na história de seu coração; a ausência afetiva de um pai, o que eu acredito deixou encubado em si a preparação para ser o melhor pai do mundo (quando chegar a hora); e por último, mas não menos importante, a presença de amizades verdadeiras e onipresentes.

Um homem de idéias e gostos refinados, que se renovam com o passar de cada ano, e que comigo compartilha muitos sonhos, como o de viver de cultura e conhecer todo esse planeta, para enfim descobrirmos porque nascemos justamente onde...

Se seus sonhos todos se tornarem realidade, então daqui a algum tempo ele estará morando na Inglaterra, tomando alguma bebida quente com David Gilmour e já terá feito de tudo um pouco.

Se ele gostar de você, vai te proteger e olhar por você para o resto da sua vida; mas se você o magoar sem razão – ou se apenas for portador de olhos falsos e impuros, ele vai te caçar e te destruir como um guerreiro nórdico sem medo de morrer, pois se for seu fim, irá não para o céu nem para o inferno, mas sim para Valhala reencontrar seus antepassados. Ou seja, ele ganha de qualquer jeito!

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